Confesso que quando ouvi pela primeira vez a frase
"O amor é uma decisão" fiquei atônito, conturbado e muito pensativo.
Mas, depois de muito refletir e "podar" velhos paradigmas que se
enraizaram em meu ser, constatei que a simples frase fazia profundo sentido e
que muitos de meus relacionamentos não passaram de meras decisões tomadas em
cima daquilo que sentia. Isso vale para a vida. Isso vale para os negócios
O
amor é uma decisão, definição simples e de muito efeito. Durante minha vida de
colegial, sempre ouvia de pessoas comuns que os relacionamentos começavam com o
brilhar dos olhos, flertes que evoluem para diálogos, empatias e laços de
afinidade. E que esse conjunto da ópera era para sempre. Até que um belo dia, a
luz do sol deu lugar à sombra da noite, e meus pais vieram a romper um
casamento (uma decisão) tomada havia anos.
Sem
aviso ou consulta prévia a possíveis sócios ou envolvidos no relacionamento -
nesse caso, eu - cada um foi para seu lado, os advogados de ambos apuraram os
valores financeiros (dividendos), liquidaram os bens que ambos adquiriram
durante os anos de casados e lhes desejaram boa sorte na nova empreitada.
Depois
de passar por esse conturbado momento, percebi, como diz a letra da
música, "que o pra sempre, sempre acaba". A vida é realmente
feita de momentos e escolhas. Boa parte deles, planejados e construídos por nós
mesmos. Assim como um contrato ou mesmo um fechamento de um grande negócio, o
amor também é uma decisão, onde os envolvidos decidem juntos trilhar e
construir um novo caminho. Nesse caso, rumo ao sucesso e à tão sonhada
felicidade.
Quando
ouvi pela primeira vez essa frase, confesso que fiquei atônito e muito
surpreso. Frase simples e de muito efeito. Deixando de lado o sentimento e
sendo o mais racional possível, podemos perceber que a frase, além de fazer
sentido, é a mais pura verdade.
Você
não ama outra pessoa pelo que ela tem, mas pelo que ela realmente é. Pois
muito do que ela tem, você também pode ter (basta ir à luta e abraçar as oportunidades).
Já o que ela é, ninguém pode ser. Somos únicos no cenário da vida e cada
escolha que fazemos implica uma renúncia.
Conheço
inúmeras pessoas que viveram de forma intensa inúmeros relacionamentos e todos
eles -contrariando o senso comum - deram certo até um dado momento. Quando
acaba um relacionamento, as pessoas costumam dizer que não deu certo. Eu,
particularmente, afirmo que a tal decisão "deu certo até certo
ponto". Depois daquele ponto e por uma decisão - talvez de ambas as partes
- resolveram separar as escovas e trilhar caminhos diferentes.
Quando
você decide amar outra pessoa, você está abrindo mão de certas coisas,
escolhas. Se gostava muito de ir para a balada, logo passa a frequentar mais as
salas de cinema. Se amava azarar outras pessoas, decide dar prioridade para o
mesmo abraço, não olhar para os lados e jamais perder de vista a pessoa amada.
Por fim, se adorava passar horas sozinho mergulhado em seus próprios
pensamentos, começa a dividir com outro alguém seus próprios sonhos.
Amor é
algo que se constrói com o tempo, é um conjunto de decisões diárias que vão
dando forma e firmeza no relacionamento. Assim como um grande contrato
empresarial onde os sócios, acionistas e investidores decidem dar forma,
colocar em prática tudo aquilo que se sonhou algum dia em prol de um objetivo
comum (visar lucros). Decidir amar também implica riscos e retornos.
Uma
das melhores decisões amorosas no ramo empresarial que já vi foi a fusão entre
Itaú e Unibanco. Enquanto um era arrojado, outro era conservador. Juntos,
conseguiram agradar públicos bem distintos. Graças a esse bom relacionamento, o
caso de amor entre ambos se perpetuou. Quando ambas empresas decidiram
ficar juntas, não pensaram que o relacionamento seria apenas um aprendizado,
nem somente uma troca de experiências, mas que juntas poderiam ir mais longe.
Para
quem decide amar, o amor é bússola. É ter com quem compartilhar momentos ou
mesmo se apoiar, pois se um cair o outro ajuda a levantar. É abandonar de vez a
jornada solitária de conquistador e dedicar-se a planejar estratégias e
decisões para fidelizar eternamente a pessoa amada (conquistá-la todos os
dias).
Do
ponto de vista capitalista, o amor além de ser uma decisão é também um
contrato. A própria sociedade vive a incentivar cada vez mais os casamentos,
pois sabe melhor do que ninguém que sozinhos consumimos menos do que casados.
Por isso volto a dizer que o amor é sim uma decisão, a qual - se acatada - você
deixa muitas vezes de comprar algo para si, para poder contemplar o sorriso do outro.
Logicamente
falando, quando estamos solteiros, investimos somente em nós. Quando estamos
prestes a nos casar, compramos objetos para ambos. Quando casamos, investimos
na casa e, por fim, quando nos tornamos pais, investimos nos filhos. E assim
gira a roda da economia de consumo.
Amar,
além de ser uma grande decisão, é também um sentimento. Amar é decidir não
olhar para trás (e, se olhar, buscar motivos) para andar de mãos dadas e
decidir ir adiante. Amar é decidir aprender novas coisas com quem se ama,
abandonar alguns velhos hábitos e construir um vida ao lado da pessoa
escolhida.
Fácil
é conquistar, difícil é manter. Amar é para aqueles que decidem, depois de uma
segunda-feira modorrenta, voltar para os mesmos braços e dormir em paz. Abrir
mão de novos sorrisos e olhares e decidir sempre, retornar ao aconchego
caloroso da outra metade da laranja. Amar é quando não dá mais para disfarçar,
é não somente gritar aos quatro ventos que fará o outro feliz, mas dedicar
parte do seu tempo para ouvir os anseios alheios.
Decidir
amar um novo alguém é espantar de vez os velhos fantasmas dos antigos
relacionamentos, entrar de cabeça nessa nova oportunidade da vida (onde a mesma
nos permite escrever uma nova história quantas vezes for necessária), colher os
bônus e ônus, manter o foco e permitir-se ser e fazer alguém feliz.
Tão
difícil quanto fechar um grande negócio, é amar alguém. Ambas decisões são um
tanto quanto complexas (onde devemos colocar na balança os prós e contras). Os
mais aventureiros (que decidem jogar tudo pro ar) tomarão decisões sem analisar
os dados (risco e retorno) dessa empreitada amorosa.
Enquanto
nossas decisões forem nos fazendo felizes, seguiremos firmes, fortes em nossas
escolhas. Enquanto nossas parcerias de negócios nos satisfizerem, estaremos
ainda mais crédulos de que nossas decisões foram as mais certas possíveis e que
os resultados alcançados vieram com base em nossas escolhas.
Amar
é decidir fazer alguém feliz, sem medo de sofrer. Isso vale para a vida. Isso
vale para os negócios.
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